Procon realiza operação piloto de renegociação de dívida

imagens Antonio Oliveira
 
Uma operação piloto realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro, na Praça Rui Barbosa, dará ao Procon de Campinas condições de avaliar a possibilidade de implantação de atendimento voltado à renegociação de dívida dos consumidores com agentes financeiros e empresas. Somente no período das 9h às 16h, foram registrados 250 atendimentos, sendo 150 deles relacionados à questão de endividamento. A atividade fez parte da comemoração dos 36 anos de existência do órgão, criado nesta mesma data.
 
O prefeito Jonas Donizette compareceu à praça e acompanhou o atendimento montado nas duas unidades móveis, juntamente com o secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Mário Orlando Galves de Carvalho, pasta à qual o Procon pertence, e da diretora do órgão, Lúcia Helena Magalhães.
 
“Trouxemos o Procon neste aniversário de seus 36 anos para um local central e fácil acesso, oferecendo às pessoas a oportunidade de tentarem uma renegociação de suas dívidas tendo o órgão como intermediário, na busca de uma diminuição da dívida, dos juros ou em um parcelamento, facilitando para que o consumidor possa pagar”, ressaltou Jonas.
 
Na visão do prefeito, o crédito está cada vez mais fácil e é importante para todos, “mas ele tem que ser consciente, a pessoa tem que ter discernimento para ver se é vantajoso para ela comprar por um determinado sistema, quanto vai pagar de juros. Hoje a grande preocupação dos economistas é a população se endividar além da conta e depois gerar problemas para as famílias é para o país como um todo”.
 
O evento ocorreu em parceria com a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) que juntos elaboraram e publicaram a cartilha “Crédito & Cidadania”, que foi distribuída ao público. A organização também manteve um representante à disposição dos consumidores para orientar as pessoas a respeito de renegociação de dívidas e administração do orçamento familiar.
 
Esta foi a primeira vez que se faz este tipo de ação conjunta, voltada para orientação financeira e a renegociação de dívida e com as unidades móveis. Segundo a diretora do Procon, para a realização da operação piloto foi feita uma parceria com a Febraban envolvendo mais 14 bancos, que receberão os formulários com preenchidos pelos consumidores e encaminhados pelo Procon. Depois as instituições financeiras vão analisar e aceitar ou fazer contrapropostas, para que o consumidor possa quitar e ter de volta seu crédito. Isso é o que as pessoas querem”, explicou Lúcia.
 
Ainda segundo o Jonas, o Procon vem cumprindo seu papel ao longo desses 36 anos, principalmente depois da criação do Código de Defesa do Consumidor – publicado em 1990. “Para muitas pessoas que estão aqui hoje é muito importante ter o nome limpo. E, além disso, com a parte financeira em ordem elas retomam o crédito”.
 
Descentralização
 
Uma das prioridades deste governo foi a descentralização do Procon. De acordo com Mário Orlando, a instituição de um órgão de defesa do consumidor em 1977 colocou Campinas como pioneira no tipo de organização. Contudo, dos quase 40 anos de existência ela ficou estagnada. “No início deste ano, encontramos somente um ponto de atendimento central, basicamente a mesma coisa de quando se originou, e com diversos problemas para atender a demanda de uma população que mais que duplicou neste período”, analisou o secretário. Ele fez questão de salientar que a gestão atual, por orientação do prefeito, trabalha a descentralização do serviço público, para uma maior comodidade e conforto do cidadão. “Nós temos tido êxito com o Procon, inauguramos a unidade do Campinas Shopping, do Hortoshopping Ouro Verde e colocamos nas ruas duas vans que circulam por várias regiões da cidade semanalmente”.
 
O secretário também relembrou que além dessas implantações que levaram os serviços do Procon à população, sem a necessidade dela vir para a área central, houve uma remodelação da concepção do trabalho do órgão. “Antes ele funcionava como sancionador, aplicador de multa, e o que acontecia é que quem levava a multa fica insatisfeito e o consumidor ficava sem ter seu problema resolvido. Hoje, nós trabalhamos mais com a conciliação, com a busca da solução para o consumidor. Temos conseguido cerca de 70% de solução em um primeiro contato”, ressaltou Mário Orlando.
 
Para Rodolfo Jesus, de Hortolândia, que tem uma dívida com um banco há mais de sete anos, essa foi uma oportunidade muito bem vinda. “A gente vai até o banco e fica mais de duas horas para se atendido, aqui foi tudo muito mais rápido. Agora vou aguardar os dez dias para saber se o banco aceita ou não a proposta”.
 
Elzita Ferreira Graia, do Jardim São Marcos, também achou a ideia muito boa. Mesmo sem ter solicitado, ela recebeu cartão de crédito em sua casa que, segundo ela, “caíram em mãos erradas e foi utilizado. Recebemos cartinhas do banco e hoje fomos atrás porque já está em juízo. Então procuramos o SPC que nos indicou o Procon aqui na Praça. Vamos esperar para ver se conseguimos uma solução”, disse ela esperançosa.
 
 
21/11/2013 - 19:34
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