Ação especial do GRU contra dengue elimina 100 criadouros do Aedes durante visitas a sete bairros

Crédito: Fernanda Sunega

Atuação intersetorial era mensal e começou a ser quinzenal a partir desta quinta-feira, 28. Intensificação do trabalho está entre novas medidas da Prefeitura para enfrentar a doença28/11/2024 - 14:15

 

O Grupo de Resposta Unificada (GRU) de Campinas para agilizar respostas às denúncias sobre criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, realizou na manhã desta quinta-feira, 28 de novembro, uma ação especial que eliminou pelo menos 100 criadouros em oito imóveis localizados nos bairros Centro, Vila Nogueira, Vila Pompéia, Jardim São Jorge, Jardim Cristina, Cidade Singer e Jardim Planalto de Viracopos.

O grupo é intersetorial e direcionado para trabalhar em locais onde tentativas de soluções via 156 foram esgotadas. A mobilização era mensal e este foi o primeiro trabalho no formato quinzenal.

A intensificação das atividades está entre as novas medidas anunciadas pela Prefeitura para enfrentamento à doença e que serão implementadas até o início de 2025.

O GRU foi instituído pela Prefeitura em março, quando o Município estava em situação de emergência. Ele passou a ser considerado uma política pública permanente em setembro, após a publicação de um decreto no Diário Oficial. A ação desta quinta foi a 13ª no ano.

Como foi a atividade?

Duas equipes deixaram o Paço às 8h30 para ir a imóveis alvo de denúncias sobre criadouros de dengue. O início das atividades foi acompanhado pelo prefeito Dário Saadi, que reforçou a importância do esforço conjunto do Poder Público e população para eliminar qualquer recipiente com água que possa favorecer a proliferação do mosquito, como latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os ralos e vasos sanitários sem uso.

“É um esforço que a Prefeitura está fazendo, principalmente hoje, focando nos imóveis com maior risco de proliferação do mosquito da dengue. Nós vamos com drones para identificar, com o chaveiro para entrar em casas, mas é importante fazer um apelo à população. Uma vez por semana é olhar dentro das suas casas, das varandas, dos quintais, para ver se não tem água parada que pode servir de criadouro”, explicou o prefeito.

Participaram da atividade desta quinta-feira profissionais das secretarias de Saúde, de Serviços Públicos, de Urbanismo, do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, além de representantes da Defesa Civil, da Setec, do Procon e da Guarda Municipal.

“É mais uma ação que nós estamos fazendo em relação à complexidade que é diminuir o número de casos de dengue. Tomamos inúmeras ações dentro da cidade, muita gente trabalhando para evitar a dengue e para que não se repita [no próximo ano] o que aconteceu em 2024”, reforçou o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon.

Foram usados dois drones para localizar grandes criadouros, como piscinas e caixas d'água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. O trabalho teve ainda participação de um chaveiro para atuar em dois casos considerados excepcionais. A medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.

Organização do GRU

“Após as denúncias chegarem pelo telefone 156 ou ouvidorias, as vigilâncias regionais disparam todas as ações necessárias. Quando se esgota a possibilidade de resolução, há um encaminhamento ao GRU para tentar uma resposta integrada e mais efetiva da administração pública. O GRU é um Grupo especializado que cuida minuciosamente de cada denúncia preparando a operação com base em informações de satélite e sistemas integrados da PMC” explicou a assessora técnica do Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas (Devisa) e articuladora da Intersetorialidade no Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses, Priscilla Brandão Bacci Pegoraro.

Na prática, todos os órgãos da Administração, direta e indireta, devem atuar na prevenção e combate ao mosquito transmissor, com providências imediatas e medidas legais cabíveis de acordo com as próprias atribuições e competências. O GRU está sob coordenação do Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.

Estatísticas e assistência

Entre 1º de janeiro e 26 de novembro, Campinas registrou 120.622 casos confirmados de dengue e 84 óbitos. A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para o aumento de casos na cidade: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história e condições climáticas favoráveis para a proliferação do Aedes aegypti, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor.

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

Comitê de prevenção

A Prefeitura conta com um Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses desde 2015, que em 2023 passou a se chamar Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses. Ele reúne 14 secretarias: Governo; Saúde; Educação; Serviços Públicos, Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Administração; Comunicação; Trabalho e Renda; Esportes e Lazer; Cultura e Turismo; Habitação; Relações Institucionais, e Desenvolvimento e Assistência Social. Também participam Defesa Civil, Serviço 156, Rede Mário Gatti, Setec e Sanasa. No comitê é discutida a situação epidemiológica da cidade e, com isso, são desencadeadas as ações intersetoriais e apoio para as ações da Secretaria de Saúde. Mais informações estão no site: https://dengue.campinas.sp.gov.br.