PIC e Procon Campinas orientam pais e responsáveis sobre aplicativos e uso da internet por crianças

Crédito: Arquivo Pessoal

Cartões de crédito cadastrados nos celulares podem levar a compras indesejadas; pais também devem ter conversar com crianças sobre hábitos de consumo e navegação segura

08/10/2023 - 08:00

 

No Mês das Crianças, o Plano Municipal pela Primeira Infância Campineira (PIC) e o Procon Campinas orientam os pais, responsáveis e cuidadores com relação às precauções com as crianças ao utilizar aplicativos e navegar na internet. Além de tomar cuidado com os cartões cadastrados nas plataformas, é preciso também controlar o tempo do uso da tela pelos pequenos. Deixar crianças ou adolescentes navegarem pela internet sem supervisão de um adulto os expõe a riscos que superam gastos indevidos.  

 

Como muitas pessoas têm carteiras virtuais que permitem manter cadastrados os cartões de crédito, é preciso ficar atento ao risco de que a criança acabe gastando, sem o conhecimento dos pais, em joguinhos de celular, por exemplo. "Até pelo desconhecimento de como funciona o pagamento dos cartões de crédito e do uso do dinheiro em si, as crianças podem realizar compras impulsivas em diversos itens que, acumulados, podem representar um choque para os responsáveis na hora de pagar a fatura", alerta o Órgão de Defesa do Consumidor.

 

 

Uso excessivo de telas 

 

Campinas possui o Plano Municipal pela Primeira Infância Campineira (PIC) - https://pic.campinas.sp.gov.br/ - responsável por apontar quais políticas são importantes para que a criança possa ter um desenvolvimento pleno e uma infância saudável garantida. O município faz parte da rede internacional pela primeira infância Urban95 e aderiu também ao Pacto Nacional pela Primeira Infância do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

 

No PIC há eixos que tratam do uso excessivo de telas e consumo. "Não somos contrários à tecnologia, mas é preciso utilizá-la a favor das crianças. O acesso exagerado dos celulares e outras telas atrapalha o desenvolvimento das crianças. Provoca, por exemplo, o isolamento. As crianças fazem menos exercícios físicos, o que pode impactar na saúde física e mental", afirmou o coordenador geral do PIC, Thiago Ferrari. 

 

 

Momento para refletir sobre hábitos saudáveis

 

O coordenador do PIC lembra que o Mês das Crianças é um bom momento para refletir junto com os pequenos sobre o consumismo, já que, desde cedo, eles também estão expostos à pressão para comprar cada vez mais. "O Procon é o responsável pela Defesa do Consumidor. As pessoas mais vulneráveis nas relações de consumo são as crianças, por isso é importante que façamos juntos essa orientação. As crianças são mais suscetíveis e precisam ser protegidas e instruídas pelos pais, responsáveis e cuidadores", destacou. 

 

Dentro de seu papel de educação financeira, o órgão também reforça a importância dessa reflexão sobre as pressões relacionadas ao consumo. "A infância é uma fase de formação da personalidade e hábitos que poderão se manter no adulto. É necessário, não apenas explicar sobre os gastos como refletir sobre seus próprios hábitos de consumo, já que os exemplos também influenciam a maneira como as crianças se comportam no presente e no futuro".

 

A adoção de hábitos saudáveis passa também pelo incentivo à solidariedade por meio da doação de brinquedos em bom estado e do compartilhamento. É válido mostrar às crianças que em vez de comprar um brinquedo novo, por exemplo, ela pode trocar um que já nem usa mais com um amigo, uma ideia que também estimula a cooperação e permite trabalhar conceitos como a sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente. 

 

Além do cuidado com os gastos e excesso de uso das telas, o coordenador do PIC faz uma analogia para despertar a atenção de quem cuida dos pequenos. "Deixar uma criança navegar desacompanhada na internet oferece quase tantos riscos quanto deixá-la desacompanhada em um passeio pela rua", afirmou.

 

Ele ressalta que o que a criança clica pode acabar levando-a a conteúdos inadequados para a sua idade, que incentivem comportamentos perigosos ou contenham cenas de violência, de cunho sexual ou uso de drogas. Como não é possível estar o tempo todo de olho, uma dica é utilizar, por exemplo, mecanismos e aplicativos que possibilitem o controle familiar do que está sendo acessado.

 

 

Acesse aqui as imagens desta matéria em alta resolução